PODER FEMININO: CANTORAS BRASILEIRAS POP QUE FIZERAM SUCESSO NOS ANOS 2000
- Northon Bassan
- 24 de ago. de 2017
- 5 min de leitura
A representação do domínio e do poder feminino através da música marca época nos anos 2000. É ISSO MESMO! Anitta e Pabllo Vittar seguem os mesmos passos das cantoras brasileiras do POP Nacional de quase 20 anos atrás. Os nomes Britney Spears e Christina Aguilera surgiam e aqui no Brasil os refrãos chicletes nas vozes de Kelly Key, Luka e MC Perlla, que voltou com tudo dizendo que “quem é rainha nunca perde a majestade”, fizeram história.
Na virada do século, as cantoras começaram as suas carreiras eternizadas pelas letras feministas e grudentas, mas além de "Baba Baby", "Tremendo Vacilão" e "Tô Nem Aí", quem mais fez muito sucesso e de repente sumiu?

O Blog Macho Alfa foi atrás e relembra os sucessos que marcaram uma época nas vozes de cantoras que bombaram nas rádios do mundo todo. Confira:

Quem nunca cantou “imagino você me sorrindo, sua impressão digital. Me enviando um beijo acendendo o desejo da minha paixão virtual, save me baby.” Na onda da internet, ainda discada, e usando muito Auto-Tune, a cantora Karynn Garcia lançou a música “Amor Virtual”. Cantora, atriz e compositora, Karynn tem 4 álbuns de estúdio lançados e 1 gravado em off. A cantora do hit "Boyfriend" gravou o clip da música em parceria com o DJ Cuca e o ex-ator da novela Malhação Thiago Armani fez seu par romântico. "O clip relembra minha época de escola, quando tinha uma paquerinha que me ignorava", conta Karynn. O CD "Agiliza" investe no pop eletrônico nas 12 faixas, sendo 6 canções de sua autoria. A cantora, que tocou nas baladas, faz diferente!. No seu videoclipe "That’s The Way I Am (Gosto de Ser Quem Eu Sou)" beija outra garota. "Eu decidi colocar esse vídeo sem cortes. Não posso me preocupar com o que outros pensam dos meus atos. O clipe da música mostra algumas personagens que sofrem preconceito no dia a dia, como a geek da escola, a prostituta, o homossexual. Acho tudo isso muito triste e fiz essa música para as pessoas refletirem um pouco”, explica Karynn.


Em 2012, a cantora aposta na mudança de ritmo e participa do projeto musical Sertanejo Play Ao Vivo, que lançou o trio Villa Baggage e teve participação de Munhoz & Mariano. Karynn gravou a musica "Me Odeio Por Te Amar" para a coletânea. Atualmente, a cantora mudou seu nome artistico para Karolin Botteon e lançou o vídeo da sua nova musica “Uma Fogueira”.
Karynn Garcia fez musica POP e eletrônica em alto estilo no álbum "Agizila" e marcou o cenário musical com suas letras amorosas e de empoderamento feminino.

O programa do Raul Gil revelou vários cantores que despontaram nas rádios brasileiras, Kelly Moore, garota de timbre forte e imponente, foi uma das calouras do vovô. Em 2002, lançou seu primeiro CD - “Quanto mais quente melhor” -, produzido pelo renomado DJ Cuca. Os hits "O Quê Que Tá Pegando", "Quanto Mais Quente Melhor" e "Quem Comanda Chegou" mostram o poder feminino, pouco explorado na época. SENTE A VIBE: “Eu só vivia em crise, em busca de um amor, uma paixão que valorize. O amor é a gente que faz, não mente o que sente e nem se engana jamais. E você com esse instinto machista, mas a mulher é quem comanda em todos os lados da pista.”

Kelly segue fazendo shows por todo o Brasil com seu novo projeto musical como ela mesmo intitula de "Pop Latino", cantando o ritmo zumba, o reggaetton e o zouk.

Karol Conká dá uma aula de sexo oral feminino na musica "Lalá", é comum a liberdade de expressar os desejos sexuais e dar recados aos machões de plantão sobre a revolução comportamental das mulheres nas musicas. Mas, imagine no conservadorismo de 17 anos atrás, quando a internet ainda era para poucos, ouvir esta letra “andando pela rua meio apressada mais um daqueles dias, é atrasada, correndo contra o relógio, que ódio! Logo nessa hora aturar uma cantada, duas, três, ah não faz mal!. Tem sempre um babaca com a língua maior do que...(use a imaginação). Para com isso cara, para de me encher", cantada na voz feminina negra rimando ao som do rap. Não era fácil. Era inovador.

Hannah Lima é a cantora que rimou pop, soul, R&B e rap numa só pessoa. Lançou dois álbuns de estúdio, em 1999 o CD "Intuitiva" com 14 faixas e em 2009 o CD "Neguinha" com 16 faixas. Este ultimo tem a onda forte do POP e do R&B com letras de empoderamento e feminismo. A musica carro-chefe alerta: fica ligado eu sou neguinha, toma sumiço, eu tô na minha, de compromisso eu sou neguinha, para de caô na minha. Saca só o poder da Hannah Lima na letra da música "Zona de Transição que abre o CD: aqui nesse lugar eu posso encontrar o que me aciona, sou a dona de tudo que revoluciona. Aqui nesse lugar você pode entrar e vir à tona, de carona com tudo o que te posiciona. Aqui nesse lugar, zona de transição, dona da evolução, zona de transição.
Hannah é figura conhecida de tempos antigos, já foi backing vocal da Banda Blitz, do cantor Sidney Magal, e da MPB Fernanda Abreu. Compôs para Lady Zu, Edmon, Deborah Blando, para o grupo vocal feminino SNZ e também para a Kelly Moore.



Em 2010, abriu o show do Akon no Rio de Janeiro. No mesmo ano, participou da gravação do DVD "Bailão do Ruivão" e a partir daí atua como backing vocal da banda "Os Infernais" de Nando Reis.
“Na época queriam me queimar viva em praça pública. O rap não aceitava uma mulher rapper no cenário, não me aceitavam de jeito nenhum”, conta a Joana D'Arc Brasileira. As letras de Hannah Lima são atrevidas e apresentam uma mulher independente e dona do seu próprio nariz. “No primeiro CD não aceitavam alguém cantar, rimar e misturar com soul music e ainda ser mulher. Mas depois me aceitaram”, desabafa Hannah. Ainda, a cantora que defende o empoderamento feminino revela, “tenho planos para 2017, mas fora do rap”. Hannah Lima está em estúdio preparando seu próximo álbum, que segundo ela, terá a autenticidade e a brasilidade que ela tanto buscou. Saca só a letra da musica “1990 e a nova era”, na qual faz uma reflexão entre a sociedade e o poder.
E AGORA: É SÓ ANIITTA E PABLLO VITTAR?

Nikki é o nome da vez. Participou da quarta temporada do The Voice Brasil e concorreu pelo time da Claudia Leitte, lançou dois álbuns de estúdio, um extended plays, uma coletânea e singles promocionais. Pisou na cara de Lana Del Rey e Daft Punk, em 2013, entrando no ranking de músicas mais vendidas no iTunes com o remix de “Sometimes". Nikki é completa e tem a cara do pop moderno, com cabelos rosas e corpo de Barbie é a mais nova rainha do público LGBT.
A cantora inova nas suas canções misturando letras em português e em inglês. A miscelânea pode ser ouvida (e dançada, fique parado se você conseguir!) no single promocional "My Samba (Meu Samba) lançado no carnaval de 2014. É uma loucura, tem pop, funk e eletrônico! Nikki lançou em 2014 o álbum "Papa's Princess" com 12 faixa e em 2015 o pseudo CD, a batida é envolvente e para tocar na pista de dança.

Neste ano, Nikki (ou Nicky Valentine) lança o single "Quero Ver" e convida todas as diversidades de gênero para dançar, confere o refrão da música “quero ver reis e rainhas, vamos perder a linha, vem. Gays e rainhas, vamos perder a linha. Quero ver as minas, quero ver as monas, quero ver os mano dançando, vai!”.
O POP brasileiro é completo, é cool, é moderno, é feminino! As cantoras dos anos 2000 do estilo musical tão em alta revolucionaram a forma de expressar os sentimentos e falar de temas ainda tão fechados.
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