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O que é ser QUEER, tema da exposição censurada por heresia religiosa, em Porto Alegre

  • Northon Bassan
  • 15 de set. de 2017
  • 3 min de leitura

Logo patenteado "T.A.B.U" por Northon Bassan, blogueiro e jornalista

Nesta semana, o assunto não é o outro, a censura da exposição Queermuseu - Cartografias da Diferença na Arte da Brasileira exibida pelo Santander Cultural. Na página do Facebook, o centro de exposições do banco anuncia o conjunto de obras em cartaz : a mostra "promove o questionamento entre a realidade das obras e o mundo atual. Algumas peças apresentadas na mostra revelam imagens que podem provocar um sentimento contrário daquilo que discutem. Porém, foram criadas justamente para nos fazer refletir sobre os desafios que devemos enfrentar em relação à questões de gênero, diversidade, violência entre outros. O Santander repudia a pedofilia e todo tipo de preconceito. Adotamos uma posição inclusiva e, ao mesmo tempo, incentivamos uma mudança no modo de pensar, em sintonia com uma sociedade diversa e democrática." Então, a Casa da Mãe Joana abriu as portas e vieram críticas do Movimento Brasil Livre (MBL) e de páginas de redes sociais de cunho religioso, que alegaram apologia à pedofilia e zoofilia - sexo com animais. Neste domingo a expo foi cancelada em nota oficial pelo Santander Cultural. Dentre os mais de 80 artistas brasileiros, está a iniciante Bia Leite que pôs à mostra sua leitura do mundo atual através de uma série de pinturas com legendas intitulada "Criança Viada". A coleção fotográfica é de crianças em fase infantil postadas no Tumblr homônimo. Criança Viada é uma conta criado por Iran Giusti desde 2012, que inclusive está fora do ar até o fechamento da matéria, "grande parte das pessoas que mandam fotos para o Tumblr, são de momentos da infância em que estão nus", postou Iran, fundador da página e também criador das frases da série da artista expositora.


As obras foram vetadas por crime de incentivo à pedofilia, zoofilia e heresia religiosa, já a exposição da diversidade foi cancelada um mês antes do previsto da data de encerramento. Era a primeira exposição de arte com temática queer da América Latina, contava com 264 obras de 85 artistas brasileiros, mostrando seu relacionamento com o universo LGBTQ, que é a sigla dos gêneros sexuais da Comunidade homossexual mundial: Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transgêneros e Queers, que não é apenas um nome bonito e difícil de entender dado à exposição!

Obra exposta no QueerMuseu de Bia Leite, legendas de Iran Giusti

"Hoje foi daqueles dias em que eu achei que não ia aguentar. Sabe, quando você vê tudo que aconteceu nesses últimos dias com a QueerMuseu e com o Criança Viada, bate o olho e pensa na censura, no conservadorismo e em debates: sobre papel da arte, sobre movimento LGBT, sobre justiça", desabafa Iran Giusti, na sua página no Facebook, fundador da Organização Não Governamental CASA 1, que é um centro de cultura e acolhimento de LGBTs.


L-G-B-T-Queers


Para entender melhor o assunto, é claro e de entendimento comum que lésbica é a mulher que gosta do mesmo sexo, gay é o cara que se relaciona com homens, transgênero é a pessoa que não se identifica com o sexo do seu corpo e queer é a coisa toda. A Teoria Queer é uma luta dos movimentos homossexuais para dar voz à oposição comum e colocar-se contra a norma social heterossexual, ou seja, é a expressão da minoria homossexual de poder e saber o próprio ser, em si mesmo. Ser queer é abrir os olhos da sociedade para a Comunidade LGBTQ através da quebra de tabus da ordenação de desejos, dos comportamentos e das instituições sociais e suas relações.

Ainda, existem as drags kings, que são mulheres que se vestem de homens e as drags queens, homens que se transformam em mulheres, uma figura conhecida é a cantora Pabllo Vittar, veja na sua playlist.

A iniciativa da exposição QueerMuseu era traduzir a aceitação social, de identidade e diversidade através da Arte, fugindo da ficção socialmente construída de que homem "ama" mulher.



Esse era o objetivo da exposição QueerMuseu, abordar o tema livremente, apresentando o mundo em que homens e mulheres convivem com homossexuais, travestis e transgêneros de forma empoderada.


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