No país que mais mata homossexuais as drags queens ganham fama
- Northon Bassan
- 12 de out. de 2017
- 4 min de leitura

Nas terras de Roberta Close, a primeira trans a posar nua para uma revista masculina, e Pabllo Vittar, a cantora drag queen que subiu no palco do Rock In Rio, o Brasil é o país que mais mata por discriminação de gênero, no primeiro quadrimestre deste ano, 117 pessoas foram assassinadas segundo levantamento do Grupo Gay da Bahia (GGB), aumento de 18% em relação ao mesmo período de 2016. O país ocupa o primeiro lugar na quantidade de homicídios de LGBTs nas Américas, de acordo com o relatório da Associação Internacional de lésbicas, Gays, Bissexuais, Transgêneros e Intersexuais (ILGA); é um assassinato a cada 25 horas.

Apesar de tanta exposição de preconceito as Drags Queens vêm sambando na cara da sociedade mostrando talento e arrastando multidões. A cultura brasileira está sendo tomada pelo travestido nas novelas, no cinema e mais do que nunca no cenário musical. A cantora Pabllo Vittar é a mais conhecida drag queen-nato, tem gente que até pensa ser uma linda mulher, mas montada pode até ser. Phabuollo nasceu homem, é homossexual assumido e tem mais de 4 milhões de seguidores no Instagram, chega a um terço da população do Estado de São Paulo. Mas não é a única dona do pedaço. Conheça as drags queens brasileiras que têm ganhado notoriedade no país que mais mata homossexuais.
Gloria Groove manda seu recado no feat com Aretuza Lovi, “dona do império que eu mesma construí”, Daniel, de apenas 22 anos, fez parte da nova formação do Balão Mágico em 2002 e carrega o nome artístico de Gloria Groove que ganhou notoriedade com a música Dona. Além de cantora, é atriz, compositora e dubladora. Seu primeiro cd “O Proceder” no estilo pop, rap e hip hop, quebra o tabu de que música soul só tem espaço para homens.
A ambiguidade de gênero e o “disfarce” da masculinidade definem o cantor Rico Dalasam, aquele do feat com a drag pop Pabllo Vittar, “Todo Dia”, bombadaço no carnaval deste ano. Jefferson é o seu nome de batismo. Rico mistura rap pesado com pop chiclete, o rapper faz uma brincadeira com o seu sobrenome artístico “Dalasam” que é a abreviação de “Disponho Armas Libertárias a Sonhos Antes Mutilados”. O cantor carrega o título de queer rap. Seu primeiro single de divulgação foi “Modo Diverso” que faz parte do EP homônimo. Em 2016, lançou seu cd de estreia “Orgunda”, mistura das palavras “orgulho, negro e gay”, neste ano quebrou a internet com o EP “Balanga Raba” e os singles “Não Deito Pra Nada” e “Fogo em Mim”, ultrapassando 1 milhão de visualizações no YouTube. O rapper assume a sua homossexualidade, os seus cachos negros, tem orgulho do seu tom de pele e não esconde nada mostrando seus peitos no clipe.

Aretuza Lovi é a drag queen personagem de Bruno, de corpo magro e cabelo loiro crespo, tem o estilo eclético e despojado, sua música de lançamento foi “Striptease” no estilo eletrobrega. A cantora é um dos ícones da Parada Gay de Brasília e militante da comunidade LGBT. “Catuaba” é o single mais conhecido com participação de Gloria Groove. A representante LBGT participou como drag singer no programa Amor & Sexo da Rede Globo, posto assumido anteriormente por Pabllo Vittar.

Junio Ribeiro dá vida a Sarah Mitch que recentemente lançou o single “Tô Solteira”. A cantora participou do programa Legendários e de Amor & Sexo ao lado de Aretuza e Groove. Sarah mistura Madonna e Kylie Minogue, grandes influencers gays americanas, no seu repertório.
Dentre outros nomes de drags, que são homens vestidos de mulheres, alguns heterossexuais e outros homossexuais, estão Filippa Ramona, o trio As Baphonicas, Fefe Houston, Denna Love, Nathy Dumond, Mirella Rocherfort, Monira Laveen, Ikaro Kadoshi e Ivana Wonder.

Figurinha carimbada no funk, Lia Clark ou Rhael, começou a carreira como DJ nas baladas santistas, sua cidade natal. Ficou conhecida ano passado com a música “Trava Trava” com grande visibilidade nas plataformas de streaming. Neste ano lançou a música “Chifrudo” em parceria com a funkeira Mulher Pepita. Seu mais novo videoclipe “Boquetáxi” recebeu censura no YouTube e perdeu a posição #1, restrito a faixa etária aos 18 anos. Lia postou em seu canal a segunda versão do videoclipe. A drag gravou o EP “Clark Boom” de 5 músicas inéditas e já fez parceria com Pabllo Vittar no single “TOME Curtindo”. A garota é toda trabalhada no gemido, no close e na bateção de cabelo; é considerada a segunda drag queen cantora mais influente no país.
O Brasil é o país da diversidade e além das drags queens há os drags kings, mulheres que se vestem de homens e os crossdresser, heterossexuais que gostam de se vestir com roupas femininas. Internacionalmente, 17 de maio é o Dia Contra a Homofobia.
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Saiba quais são os direitos e deveres dos homossexuais no País. A união entre dois homens ou duas mulheres é constituída família? O que a Lei diz sobre o casamento homoafetivo? O gay pode se casar com comunhão ou separação de bens? CASAMENTO GAY? Confira em breve o bate papo com a doutora e autora do livro "Direito LGBTI Perguntas e Resposta", Ivone Zeger!
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